Bibliotecas Limpas: censura dos livros impressos XV a XIX – Biblioteca Nacional de Portugal
A Biblioteca Nacional tem patente ao público, a exposição “Bibliotecas Limpas: censura dos livros impressos XV a XIX”, que visa mostrar como se desenrolou em Portugal, durante o período marcado pela ação do Tribunal do Santo Ofício (1536-1821), a repressão dos livros impressos.
Os livros são feitos para serem lidos. Mas, segundo Hervé Baudry, nem tudo pode ser dito. Daí que, em todos os tempos e em todos os lugares, existam formas de controlo para impedir a circulação de certos conteúdos, textos escritos e não só. Há mil maneiras de prevenir o mal, e outras mil de o reprimir, quer na era dos papiros, quer na da Internet.
Quando se fala em censura de livros, pensamos logo nos meios mais expeditos: fazer com que o objeto desaparecesse fisicamente ou que a sua circulação fosse impedida. Nesse caso, macrocensório, é todo o conteúdo que fica inacessível. Mas havia casos pontuais: eram palavras, frases ou passagens de maior ou menor extensão que convinha suprimir dentro de uma obra para que esta pudesse continuar a ser lida. É do intervencionismo microcensório que se trata.
Porquê e como aconteceu este processo inquisitorial de expurgação? Eis as questões fulcrais que esta mostra de algumas exemplares vítimas de repressão textual ao longo dos três últimos séculos do Antigo Regime pretende ilustrar. A exposição apresenta, assim, as origens diretas deste modo de controlo nos livros já editados, produzidos em Portugal e importados, os meios desenvolvidos e os efeitos de um trabalho de limpeza textual massivo, planeado e meticuloso.
Exposição patente de 25 de fevereiro a 23 de abril
Visitas Guiadas: 05 de março, 14h30 | 23 de março às 17h30